quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Coisas que estou gostando e que não estou!

Ilusão acharem que esse país só tem coisa boa! Pra falar a verdade é que nem o Brasil, têm vantagens e suas desvantagens.
Vamos fazer uma comparação:
  • Aqui as pessoas são muito educadas, em qualquer lugar te tratam bem (pelo menos onde a gente frequenta) e a família está sempre reunida, nas igrejas sentam juntos, nas ruas você vê famílias inteiras caminhando com seus cachorros, nos parques todo dia têm esportes pras crianças e os pais todos sentados assistindo os treinos e os jogos. Mas no Brasil nós percebemos que as amizades são mais fortes, há mais intimidade e abertura para a conversa, não somente aquela conversa trivial, mas principalmente para as conversas mais profundas. 
  • Aqui é bonito ver as estações definidas, e o outono está começando então realmente as folhas vão mudando de cor, estamos ansiosos pelo inverno e saber se vai nevar esse ano! Mas aí, não tem a preocupação de ficar assistindo as notícias pra saber se está chegando tornado e etc!
  • Aqui tem muitos produtos diferentes para cada tipo de limpeza. Mas aí, tem rodo!!! Nossa vida, ô trem que faz falta!!!Ah! sem contar pano de chão de verdade e vassoura de pêlo... então o Brasil tá ganhando nesse quesito!
  • Aqui tem muita comida gostosa e diferente do nosso costume, por exemplo, waffles, donuts, todos os tipos de produtos sem lactose e num preço acessível, saladas maravilhosas nos restaurantes... Mas aí tem restaurantes com almoço normal, arroz, feijão, carne e etc. Aí a carne é incomparavelmente melhor!!! De vez em quando achamos uma carne boa aqui num restaurante. Aí você acha tudo com facilidade, aqui tem um supermercado que tem algumas coisas brasileiras, como farinha, guaraná, polvilho e outros. Ah! é mito achar que aqui não tem feijão e etc... tem tudo igual aí, só com algumas exceções! Aí tem uma coisa maravilhosa em tudo quanto é lugar: padaria com pão de sal!!!
  • Aqui os restaurantes são bons e a honestidade de você falar para o garçom quanto quer deixar de gorjeta mesmo depois de ter pago a conta, e o seu cartão ainda estar aberto lá no caixa e confiar que ele só vai colocar o valor que você disse, não existiria aí no Brasil! Mas aí, a comida tem o sabor dela, e não, muitas, muitas das vezes, sabor só da pimenta! Ô povo que gosta de comida apimentada! Tudo tem que ver direitinho para saber quanto de pimenta tem! Ah! que saudade de pizzas normais, tipo calabresa (aqui só peperoni), frango com catupiri, portuguesa! Gente, se aqui tivesse um Gireffas já me satisfazia!! hahaha
  • Aqui tem muitos eletrônicos pela metade do preço que seria no Brasil, e carro também! Além desses preços de carro serem dos automáticos! Aí, tá precisando melhorar nesse aspecto!!
  • Aqui você acha roupa boa em várias lojas, mesmo não sendo de marca, mas se achar um outlet melhor ainda, e com um preço bom! Aí, tem as melhores roupas íntimas, principalmente para as mulheres, aqui é tudo grande demais... fica horrível! 
  • Aqui tem muito espaço verde e bonito, mais que Brasília. Mas aí, você tem tudo do seu lado e pode ir a pé, não precisa ir de carro em tudo quanto é lugar, ainda mais porque não tem transporte público bom, acho que até hoje só vi um ônibus e não teria coragem de entrar nele!
  • Aqui o trânsito é calmo quase parando, ótimo porque você aprende a não ficar estressado até porque não iria adiantar mesmo! Aí, tem balão, uma coisa inteligente que é muito melhor do cruzamentos cheios de sinais pra tudo quanto é lado, além das placas de stop que você TEM que parar, mesmo se não estiver vindo outro carro, mesmo que seja numa rua sem saída, uma numa esquina solitária!
  • Aqui as pessoas abrem as coisas mais tarde e fecha mais cedo, o que é bom por um lado por poder estar em casa mais tempo, e ter tempo para outras coisas. Mas aí, você não janta 6 horas da tarde, ou quando é tarde as 7 horas.... além do que se você estiver na rua e decidir ir numa loja mas já for 8:45, esquece porque as 9h eles vão fechar! É claro que tem as exceções como as lojas 24h, tipo walmart, pelo menos lá você acha tudo o que quiser! Tudo mesmo!
Enfim, algumas observações da vida aqui! Mas uma coisa que estamos felizes é ver pessoas verdadeiramente crentes! Achávamos que talvez houvesse muita frieza espiritual, e muitos nos alertaram em relação a isso... mas vimos que a graça de Deus se manifesta em todos os lugares! Aqui é igual aí: tem pessoas crentes de verdade e aqueles que não sabem o que estão fazendo... nunca participei de tantas reuniões de oração e estudos bíblicos como tenho feito aqui, é claro que temos mais tempo agora. Mas o que quero dizer com isso é que Deus toca os corações das pessoas em todos os lugares! A parte mais interessante é que uma das reuniões que partcipo é que a maioria são meninas estrangeiras, e algumas vezes cada uma ora na sua língua!!! É muito interessante!

Bem, é isso aí!!! Estamos gostando muito daqui, mas nada se compara com o nosso lar! Isso porque nem mencionei a saudade que sentimos da família e dos amigos!!! Continuem orando por nós! Temos orado por vocês!
Beijos e abraços
Débora e Matheus

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meu dias aqui....

    Esse final de semana recebi um convite para ir a uma praia aqui no Alabama, umas 4 a 5 horas daqui de Jackson - MS, só mulheres... realmente foi uma ótima viagem, teria sido melhor se o Matheus pudesse ir, mas ele tinha aulas e trabalho, então ele ficou!
    Pensa numa praia boa, nem sabia que podia existir uma praia que eu pudesse comparar com as do Brasil, mas essa realmente eu posso! Areia limpa e clara, água morna e praticamente transparente, e quase não tinha onda... então pra mim estava perfeita... ah! o melhor: o óleo não chegou nela!! Então realmente estava ótima!! Pelo menos agora eu sei que temos uma praia aqui perto onde podemos matar a saudade do mar de vez em quando!! As pessoas vão para Miami, mas não sabem o que estão perdendo com aquela água gelada de lá!
    Por aqui está indo tudo bem, como o Matheus escreveu na postagem anterior... tirando os exageros quanto ao meu inglês! Graças a Deus tenho tido muitas oportunidades para aprender inglês, e principalmente quando o Matheus não estã por perto... por aí eu não tenho pra onde fugir ... :)
    Deus tem nos abençoado em tudo aqui... especialmente a mim para que eu não me sinta sozinha e entediada.... pelo contrário, tenho feito muitas coisas por aqui, além da parte social, tenho feito muita coisa que sempre quis fazer mas não tinha tempo. Então estou muito feliz em poder me dedicar a alguns hobbies e ter mais tempo até mesmo com Deus e com o Matheus!!!
    Continuem orando por nós e também temos orado por vocês... estamos ansiosos para marcar a nossa ida ao Brasil, mas precisamos esperar o calendário do seminário do ano que vem... então, assim que soubermos avisaremos!!
Saudades de todos aí.... 
   

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Estamos sobrevivendo bem por aqui, sendo trabalhados por Deus dia-a-dia nesta nova caminhada, cheia de desafios interessantes e muito trabalho. Apesar do pouco tempo que estamos aqui (2 meses), parece que já estamos aqui há muitos anos. Fato é que a vida mudou. E muito. Estamos em um pique muito diferente do que tínhamos no Brasil. Enquanto nos encontrávamos em Brasília a vida era agitada, muitas atividades como igreja, banda, trabalho, família, amigos, compromissos diversos, era essa a nossa intensa e abençoada jornada diária. Estamos vivendo um ritmo oposto aqui nos EUA, a começar pelo desafio da língua que, em si, já é muito engraçado (não encontrei uma palavra melhor). Engraçado porque, apesar de estarmos nos virando muito bem por aqui com a comunicação diária, viver em uma cultura onde português não é a primeira língua (nem segunda, nem terceira, quarta...), e sim o inglês, traz consigo uma mudança psicológica na maneira como lidamos com os problemas e questões da vida: adaptação cultural (vale um estudo profundo sobre o assunto, em termos missiológicos). As pessoas aqui são iguais ao Brasil, mas são diferentes. Pensam diferente em muitas coisas e agem diferente também, principalmente aqui nos sul dos EUA.

Estamos bem no meio do Bible Belt (como é conhecida essa região), uma área com muitas igrejas e onde ser protestante é como ser católico na América do Sul (no sentido bem religioso da coisa). Portanto é muito comum ver famílias inteiras na igreja, gerações e gerações de cristãos, mas que muitas vezes podem ser apenas crentes nominais (parece com alguma coisa que a gente já conhecia, né?). Caracteristicamente, o Mississippi também é um estado bem 'welcoming'; as famílias muito sólidas e as pessoas, normalmente, muito simpáticas e amistosas. Ainda assim existem resquícios da segregação racial que foi realidade do sul nas décadas de 40, 50 e 60, entre brancos e negros (uma terra sem morenos, por incrível que pareça. Aqui ou você incrivelmente branco ou bem escuro. Logo, a Débora é basicamente uma nativa eu sou uma espécie de 'brownie'...).

A vida aqui é mais "calma" (muito cuidado). Não temos mais aquela loucura de tomar banho em 2 minutos, ficar pronto em 1, dirigir em 30 segundos, e trabalhar 16 horas por dia. O tempo aqui passa devagar, bem devagar. As pessoas dirigem a 40 km/h, metade da população tem mais de 60 anos de idade, os hábitos de vida são BEM "interior dos Estados Unidos": casinhas de madeira e tijolinhos, senhoras à porta fazendo seu tricô lentamente, pais e filhos brincando de baseball, futebol americano ou 'bocce' nos parques em plena semana. Confesso que, apesar da inusitada beleza, é um estilo de vida que leva tempo pra se acostumar quando comparado ao ritmo e facilidades de uma cidade grande como Brasília. Aqui tudo é bem campestre e rural, as pessoas são assim, a igreja é assim. Os valores das famílias são bem tradicionais e interioranos, conservadores no geral. Em tudo existem aspectos positivos e negativos, mas por hora digamos que é apenas diferente, e é nesse contexto que Deus tem trabalhado particularmente em minha hiperatividade e metabolismo acelerado. Dá pra acreditar que realmente Deus nos trouxe pra um lugar assim? É quase terapia! Às vezes da nos nervos, he he he, pois há muito tempo pra pensar, refletir, pensar, e refletir, e pensar de novo, e... refletir mais um pouquinho. Não que, gradativamente, não vão surgindo novas atividades e compromissos à medida que nos criamos amizades e nos envolvemos com a igreja aqui, mas a dinâmica é tão veloz quanto a de um jabuti.

Isso tem sido bom para os estudos. Muito bom! O ritmo no seminário é forte, há muita leitura e trabalhos, e é tanto trabalho que todo o tempo que temos para fazer tudo isso parece pouco. Nas aulas de hebraico, por exemplo, faço um esforço triplo (português > inglês > hebraico, e vice-versa), mas aos poucos o português vai "sumindo" do cotidiano (calma, calma, não priemos cânico). O seminário tem uma vida comunitária e devocional animada. Temos cultos todas semanas e reuniões de oração entre alunos e professores, o que é uma boa, porque cria um relacionamento muito próximo com eles e são excelentes oportunidades para se exercitar a espiritualidade. Em breve teremos trabalhos missionários e de pregação na comunidade, estamos todos ansiosos por eles. Além disso estou trabalhando no escritório de matrículas do seminário com alunos prospectivos, ajudando no processo recrutamento e admissions. São apenas umas 10 horas por semana (umas 2 horas por dia), e com certeza dá uma ajudinha no orçamento.

Débora tem feito coisa pra caramba! Ela frequenta as reuniões das esposas de alunos do seminário, um ministério carinhosamente chamado de Mrs. in Ministry - Esposas em Ministério. Uma bênção! Além disso ela tem reunião com alunas estrangeiras, aulas de inglês na igreja, trabalhos em casa, e ultimamente tem andado muito com a Foklina, esposa do Dr. Elias Medeiros, acompanhando-a em atividades diversas. Enfim, tá ralando mais que eu! O inglês da minha loirinha tá ficando um show, daqui há alguns dias vai estar me ajudando com os assignments and papers, he he.

Temos feito várias amizades por aqui, porque muitas famílias também moram no campus do seminário como nós, e isso cria uma aproximação especial. Há um outro brasileiro morando no campus conosco, o Danillo, que é filho do Rev. Valdeci do Mackenzie, SP, um menino muito gente boa com quem temos trocado muita figurinha. Tem também o Maurício e Danielle Menezes, e o pequeno Caio, de 4 anos. Eles vieram de Cuiabá e moram nas townhouses, que são casas do seminário que ficam a 3 km do campus, igualmente simpáticos. O pai do Maurício, Rev. Maurício, é amigo do Pr. Valter Moura de longas datas, da época no Mato Grosso. Além disso temos nos relacionado bastante com o Emílio, Anelise e Gui. Os jogos do Gui no campeonato já começaram e o moleque tá jogando bola pra caramba! Marca gols quase todos os jogos e dá o sangue pela camisa (literalmente). Na semana passada fizemos uma viagem curta de um dia a New Orleans, terra do Jazz e do Blues, com Anelise, Emílio e tia Regina Garófalo, mãe do Emílio, que estava aqui nos visitando. Uma cidade muito peculiar, cara de Brasil, um paraíso musical para os meus ouvidos. Ai, ai... O povo tocava jazz no meio da rua, tsc,tsc,tsc. Uma ofensa à minha nostalgia!

Nesta semana teremos conferência missionária no seminário, organizada pelo Dr. Elias Medeiros, que é o professor brasileiro que temos na área de missões, e estarei tocando teclado nos períodos de louvor com uma "banda" que formamos entre os alunos (eita saudade dos meninos!). É claro que não é a mesma coisa que tocar com a SondaFé, mas o que vale é a intenção, e o pessoal aqui é muito dedicado nos ensaios.

E PRA FINALIZAR: continuem orando por nós. Orem bastante mesmo. Uma das coisas difíceis da distância é que, apesar de toda a tecnologia, internet, skype, etc, não dá pra acompanhar as notícias do que tá acontecendo aí com a mesma velocidade e detalhes, e nos sentimos um pouco desconectados (a sensação é horrível). Então, mandem notícias, escrevam de vez em quando só pra dar um "oi" mesmo, já é bom demais pra aliviar um pouco da saudade e saber que vcs ainda estão aí, he he.

Um beijo e um abraço grande da nossa parte, na pessoa de Cristo, aquele que nos justificou, nos salvou, e nos dá alegria todos os dias de manhã.

MATHEUS & DÉBORA